quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O grande dia - 7º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 6º dia

Preparem-se! Nesse dia 18 de novembro de 2008 muita coisa aconteceu. Não consegui escrevê-lo todo hoje. Estou exageradamente cansada. Um pouco de sensação de um ano atrás.

Acordamos ainda esperançosos que tudo poderia mudar. Estava bebendo mais água ainda e tentava ficar mais quieta. Mas com as dores era impossível. Essas dores atrapalharam muito meu repouso. Cada acocorada que eu dava, era um fluxo de líquido que saía.

Rebeca e minha mãe deram uma geral lá em casa. Arrumaram/limparam tudo. Cuidaram da enorme trouxa de roupa suja. Rebeca resolveu um monte de coisa pra mim. Minha mãe lavou as roupinhas da Kyara. Eu não tinha cabeça pra nada. As duas cuidaram muiiiito de mim. Bastava eu pensar em alguma coisa que elas traziam pra mim.

Consegui conversar com Quésia pra fazer o US hoje. (Estava marcado pra amanhã. Lembram?).

Adriano foi trabalhar de manhã e voltaria pra almoçar conosco e irmos fazer o US.

Eu estava cansada e com sono. Rebeca me fez uma massagem tão maravilhosa que eu apaguei. Ainda hoje me emociono com o carinho todo que recebi dela. Com o toque de paz que ela me proporcionava. Foi fundamental essa rede de apoio que eu tinha ao meu lado.

Durante todos esses dias compartilhávamos tudo que acontecia com vários profissionais que conhecemos pelo Brasil a fora. Muitos elogiavam a conduta. Diante do quadro, a cesárea era mesmo indicada.

Mas eu não ia me render a ela tão facilmente assim. Precisava ter certeza mesmo que não havia mais nada a fazer. Olhava pra Rebeca com a pergunta nos olhos: "Vai ter que ser cesárea mesmo?" e ela me respondia com os olhos: "Não vejo outra saída. Queria que acontecesse um milagre!"

Tomei a eritromicina por volta de 6h e depois não tomei mais. Almoçamos e fomos encontrar com Quésia. Dri e Rebeca, meus fiéis escudeiros! rsrs Fui no carro sentindo dores. Esperamos o horário do US com dores. Quando estava perto da hora de entrar, as dores estavam mais leves. (Era a danada da eritromicina mesmo! O efeito dela estava acabando..). A moça chamou meu nome. Agora é a hora do vai ou racha! Entramos todos.

Quésia passava o aparelho de US na minha barriga e eu torcia por uma boa notícia. Avaliou tudo e ia dizendo que estava bem (como das outras vezes). Sei que ela já tinha olhado o ILA mas penso que queria olhar várias vezes antes de dizer alguma coisa. Até que "Os quatro quadrantes estão praticamente secos" "Tem um pouquinho de líquido aqui" "0,9".

Perguntei pra Quésia o que ela achava. Ela olhou pra mim com uma carinha triste e querendo me consolar ao mesmo tempo. Olhei no olhos dela e antes que ela dissesse que era melhor eu conversar com o Lucas eu disse "Me diga o que você faria se fosse você! Ou se fosse uma paciente sua! Me diga como amiga!". Ela disse balançando a cabeça vagarosa e afirmativamente "Cesárea". Eu já sabia que ela diria isso. Olhei pro Dri e pra Rebeca e não precisamos dizer mais nada.

Saí da sala sentindo dores ainda. Liguei pra Míriam e contei tudo. Ela me tranquilizou e me sugeriu fazer a cesa no Hospital Clínicas. (A idéia anterior era o Vila da Serra, pois o Sofia estava lotado). Então ela contou que já trabalhou lá e que lá tem Banco de Leite e Mãe Canguru. Isso seria muito importante pra nós. Eu poderia fazer a internação toda pelo meu plano de saúde. Adriano ficaria comigo no apartamento. Teríamos um conforto e estaríamos num hospital Amigo da Criança. Combinei tudo com o Lucas e fomos pra casa arrumar as coisas.

A partir daí era mudar o astral. Minha princesa ia chegar! A decisão foi bem tomada e muito consciente. Agora era fazer a chegada dela ser o mais bela possível e a mamãe aqui ficar com o coração em paz. Coisa boa é o dia do nascimento de um filho! Uma euforia toma conta da gente! Minha empolgação retornou com força total e as dores diminuindo, mas presentes ainda. Avisamos a todos que a minha lindeza ia nascer e o universo começou a conspirar em volta pra dar tudo certo. Tiramos algumas fotos antes de sair de casa. Foi a despedida da barriga.

Chegamos ao HC: eu, Dri, minha mãe, Rebeca, Helinho e Mari (meus irmãos; passamos na casa da minha mãe para pegá-los). Tinha acabado de anoitecer. A internação foi um pouco complicada. Tinha que seguir uns protocolos do SUS porque o atendimento é prioritário do SUS. Depois de muita conversa e leva e traz de papelada, conseguiram me deixar subir com o Adriano. Encontramos com o Lucas e os preparativos pra cirurgia começaram. O hospital estava vazio. Acho que só tinha umas duas mulheres no pré-parto. Todos os enfermeiros/médicos muito atenciosos e gentis.

Logo depois, Winderson (namorado de Mari) e Míriam também chegaram. E um pouco mais tarde, chegaram Eliane, Camilo (meus sogros), Paty, Camila (minhas cunhadas) e Márcia (minha amiga).

Lucas saiu e voltou dizendo que a família buscapé já estava toda lá fora. kkkk Ele colocou todos pra dentro. rsrs Disse que conseguiu permissão pra dois acompanhantes ficarem comigo no bloco. Os outros ficariam no hall de entrada, no andar da maternidade. Escolhi Dri e Rebeca. Antes da cirurgia, Míriam entrou um pouco. Como a presença dela me faz bem!

Fomos pro bloco e eu querendo falar com a pediatra de todo jeito. Umas três se apresentaram como pediatras. Duas deviam ser residentes. Cada uma que chegava eu dizia que não queria que pingasse nitrato de prata na Kyara. Rebeca conversou com as enfermeiras pra deixar a luz baixa durante a cirurgia. Deixar só o foco aceso. Adriano tirava fotos e me dava todo carinho e apoio. Pedi pro Lucas para a cirurgia ser sem campo (aquele pano pregado numa espécie de varal que isola totalmente a gente da cena do nascimento). Começamos a conversar com a anestesista e falar sobre doulas, parto humanizado, etc.

Foi a maior dificuldade para aplicar a raqui-anestesia. Foram várias tentativas (depois minhas costas firam cheias de casquinhas-furinhos). O espaço entre minhas vértebras estava muito apertado (acho que era isso). Hoje eu acho que foi meu corpo mesmo que não queria aquela anestesia. Então foi dada a peridural. Na hora na aplicação tive uma sensação péssima. Eu senti meu corpo ficando quente, muito quente, da altura das costas pra baixo. Como se tivessem derramando um balde de lava de vulcão em cima de mim. Eu até reclamei na hora. A anestesista até assuntou. Mas passou logo, graças a Deus! Nunca ouvi ninguém relatar isso.

Depois me pregaram na cruz (como diz o Dri, kkkk, braços abertos, esticados, imóveis) e a cirurgia começou. O clima da sala estava ótimo. Uma penumbra gostosa e conversávamos todos sobre partos. A anestesista ficou admirada em ver uma cesárea sem campo (a 1a da vida dela). No início do papo ela tinha dito que não queria mais filhos, no final depois de tudo que ela ouviu/viu já estava até pensando na hipótese. hehehe

Me senti menos passiva com a peridural e também porque não tinha campo. Eu conseguia, pelo menos, sentir que acontecia alguma coisa: um processo de certa forma. Na cesárea da Mayara foi muito estranho. Eu não sentia absolutamente nada (raqui-anestesia) e com o campo eu nem sabia em que pé estava. Agora eu me sentia parte da cena.

Dri e Rebeca sempre comigo. (Veja o vídeo abaixo) Então o Lucas disse: "Estou com a mão no bumbum dela aqui!"."Vou te incomodar um pouquinho aqui, tá bom?" e deu uma empurradinha na minha barriga para baixo. "Quer levantar a cabeça pra ver?" Minha alegria era enorme! Estava um pouco apreensiva também. Temia Kyara ter que ser levada às pressas sem eu nem ao menos dar um cheiro. Dri ao meu lado e Rebeca filmando. Lucas foi descrevendo a saída dela "Bumbum saindo"; "Líquido nenhum mesmo!"; "Perninha"; "Bracinho"; "Vamo lá! Outro bracinho" "Cordão" "Puxa aqui" "Olha que menininha linda!" Ela saiu e veio direto pra mim. Que glória!!!! Era 21h40. Ficou um pouquinho no meu colo. Eu tentando me livrar daquele tanto de pano e do medidor de pulso preso no dedo. Olhava pra ela super emocionada e não acreditava. Era perfeita! Pequenina (mas nem tanto como imaginava), pouquinho cabelo, um chorinho gostoso. Nasceu como um bebê a termo. Super bem!




A pediatria levou-a para o bercinho ao lado e fizeram aqueles procedimentos horríveis de aspirar e tudo mais. Mas logo trouxeram-na de volta pra mim. Ela ficou um tempinho em cima do meu seio (pele a pele) e eu só admirando e não acreditando que aquilo era possível. Foi muito bom ter esse contato de amor nos primeiros minutos da vida dela. Afinal, as horas e dias subsequêntes não seriam tão fáceis.

Levaram minha pequena direto pro CTI pediátrico, já dentro da incubadora . Depois fiquei sabendo que quando ela passou lá fora, "a família buscapé" toda viu. Ficaram felizes em saber que tudo tinha corrido bem.

Antes de terminar a cesárea rolou um pequeno stress. A pediatra (devia ser a preceptora) veio explicar da "importância" do nitrato de prata (no ponto de vista dela). Eu ainda deitada, sendo fechada e ela fazendo um terrorismo gigante. Ela falou taaaanta coisa absurda do que poderia acontecer com a Kyara se ela não tivesse o bendito pingado nos olhos. E eu calma explicando que ela tinha nascido de cesárea e não precisaria do colírio de forma alguma porque mesmo se eu tivesse os tais microorganismos causadores da doença que o nitrato combate, ela não teve contato com o canal vaginal e etc. Por fim eu desisti de explicar e ela falou, falou, falou. No final ela disse que se não fosse mesmo pra pingar que deveríamos assinar um termo de responsabilidade. Eu disse sorrindo "Nós assinamos!" Ela fez uma cara de desesperada e olhou pro Adriano como que buscando alguém responsável nessa história e ele disse sorrindo "Nós assinamos!". Ela ficou furiosa e saiu. Nós rimos demais! hehehe

Outro fato muito melhor nessa cesárea foi que não tive que ficar em sala de recuperação nenhuma sozinha. Assim que terminou a cirurgia, subi pro quarto. Enquanto Rebeca e Dri trocavam de roupa, Míriam subiu comigo. Eu só pude ver todos da minha família quando eu saí do bloco e passei na sala de espera onde eles estavam. Também já estava tarde e no dia seguinte viriam me visitar melhor. Parei um pouquinho, deitada na maca mesmo. Abracei a todos. Ganhei beijos. Tiramos fotos. Estávamos muito felizes que a cirurgia tinha corrido bem e porque Kyara nasceu bem.

Mais tarde a pediatra veio ao quarto dizer como Kyara estava. Disse que nasceu muito bem com 1,935 Kg e 41 cm. Apgar 8/9. Não precisou entubar nem nada. Estava respirando com ajuda do CPAP apenas. Estava no soro. Não deu nenhuma previsão de alta pra não criar expectativa. Disse que em breve começaria dieta de leite materno pela sonda. Me orientou a procurar o banco de leite do hospital e ordenhar o quanto antes. (Eu já tinha colostro! :)) Disse que eu poderia descer para vê-la de cadeira de rodas, se eu desse conta. Reforçou que eu e Dri temos acesso irrestrito à UTI.

Dri foi lá vê-la e fez um pequeno vídeo na câmera pra eu ver como ela tava. Essa parte de ficar separada do bebê é péssima. :(

Achei a recuperação da peridural muito melhor que da raqui também. Fiquei menos "morta" da cintura pra baixo e recuperei os movimentos bem mais rápido.

Dri, Rebeca e eu ficamos conversando até umas 4h da manhã. Conversamos sobre tantas coisas: nossa infância, tudo que tinha acontecido nos últimos dias e como seria dali pra frente. O clima no quarto era tão bom.

Por fim dormimos de tão cansados, mas logo logo a Beca acordou pra ir embora pra casa. Aí ficamos só eu e Dri e eu definitivamente não consegui descer pra ver Ky. Teria que ficar pro dia seguinte mesmo. :-P

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O veredicto - 6º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 5º dia

Há um ano, numa hora dessas eu sentia muiiiita dor. Dia 17/11/2008, segunda-feira.

Precisava repetir os exames laboratoriais. Combinei de pegar os pedidos de exame na clínica que o Lucas atende. Colher sangue e urina no laboratório e ir ao Sofia pro Lucas me avaliar.

Não via a hora de chegar. Cheguei lá e fiquei um pouco na Casa de Parto. Aquela paz de lugar. Até que conseguimos falar com o Lucas. Adriano sempre do meu lado todos esses dias, com toda calma e paciência. Me dando amor, apoio e carinho o tempo todo. Assustado por não conseguir aliviar minhas dores.

Enquanto esperávamos o Lucas na anti-sala grande (entrada do hospital) eu ficava em mil posições. A maioria do tempo de cócoras e inclinada pra frente. Todos olhavam e deviam pensar que eu estava em trabalho de parto. (Bem que podia ser!).

Entramos pra sala de US. Lucas trouxe outro médico colega dele. Olha aqui e ali e não acha praticamente nada de líquido. Nada de bolsões. O ILA total era menor que 2. Senti que o Lucas ficou bem preocupado. E assim veio a indicação: "Vamos precisar fazer a cesárea!" Aquilo entrou na minha cabeça como um tiro de canhão! "É um pesadelo!", eu pensei.

Perguntei como estava o resto. Estava tudo bem, mas tinha pouco líquido demais. Poderia ter uma compressão silenciosa do cordão. Perguntei se havia alguma possibilidade de indução e ele desaconselhou. Bebê pélvico, prematuro, sem líquido. E eu com uma cesárea prévia. Ele considerava a cesárea mais segura.

Eu perguntei se ele achava que a Kyara iria precisar de UTI e ele disse que sim. Foi ai que eu desabei!! Chorei, chorei!

Eu sentia tanto por ter sido separada da Mayara nos primeiros instantes da vida dela. E com Kyara? Como ia ser!? Seria arrancada também e levada imediatamente? Não é possível que seria pior agora que da outra vez! Depois de desejar, planejar, buscar tudo de melhor que pode existir pra um nascimento.

De um momento pro outro começaram as combinações de em qual maternidade seria. Eu iria em casa pegar as coisas e nos encontraríamos lá. OPA! Pára tudooo!!

Falei com o Lucas que preferia que fosse no Sofia então. Porque lá saberia que ficaria o menor tempo possível longe da minha pequena e o atendimento meu e dela seria o mais respeitoso possível.

Ele saiu pra olhar se tinha vaga pra mim e na UTI pra Kyara. Enquanto isso eu peguei o telefone e liguei pra Rebeca, aos prantos! Ela começou a chorar também. Não sabíamos o que pensar e como me safar daquilo. Só se o tempo voltasse. Ela disse que tava vindo pra BH naquele instante e me ligava de volta pra saber onde ia me encontrar.

Liguei pra Míriam e ela toda atenciosa me dizia pra conversar com calma. Ver direito quais são as opções. Se precisaria da cesárea assim de urgência mesmo. Falou pra eu me tranquilizar e conversar com o Lucas direito que tudo de melhor iria ser decidido.

Adriano me ouvia chorando ao telefone e ficava sem saber o que fazer. Quando desliguei ele disse: "Polly, não precisa ser esse desespero todo! Vamos pra casa! Pensamos com calma no que vamos fazer!" Eu não poderia ter ouvido coisa melhor naquele dia! Agradeci a Deus pelo o Dri existir e ser como é. Ele não lida bem com imprevistos! hehehe Prefere tudo conversado/esquematizado. rsrsrs

Quando o Lucas voltou parece que até ele tomou um pouco ar e se despreocupou um pouco. rsrs Voltou mais tranquilo também. Eu me acalmei. As palavras do Dri me trouxeram de volta ao planeta Terra. Desde a indicação eu estava em outra dimenssão! Transtornada!

A conversa fluiu melhor. Lucas concordou como nossa decisão de ir pra casa, dormir, descansar e decidir. Disse que de quarta não podia passar, pois o risco aumentaria cada dia mais. Eu perguntei se poderia fazer outro US no dia seguinte. Quem sabe o quadro melhoraria. Ele disse que sim.

Nós fomos embora! Mas com a sensação e que a sentença já tinha sido dada! O desfecho já estava traçado! Era só uma questão de tempo. Eu tentava manter o pensamento de confiar em mim, nos meus instintos e ter a máxima certeza que eu estava fazendo tudo que eu pudesse. Não podia me deixar levar por nenhuma súbita decisão que me fizesse lamentar mais tarde. Ficava pensando, tentando achar uma saída daquele labirinto. Eu já nem sei mais o que eu queria que acontecesse. Um milagre? Sim. Mas nem sei que milagre eu queria que acontecesse. Eu queria abrir os olhos e acordar daquele drama.

Rebeca chegou no meio da madrugada, debaixo de muita chuva. Deixamos pra conversar no dia seguinte.

Eu continuava sentindo muiiiiitas dores. Tinha que deitar e ficar imóvel.

Foi uma noite looooonga. Às vezes eu ficava reparando se a Kyara estava mexendo. Colocava a mão na cabeça dela e sentia se ela tinha alguma reação. Eu fiz isso todos os dias de bolsa rota, mas naquele dia era como se eu quisesse uma resposta. A resposta para a pergunta que o Sandro me orientou a fazer.

PS: Também não tem foto deste dia. :(

AGORA leia o 7º dia

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Trabalho de parto psicológico? - 5º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 4º dia

No domingo eu acordei com aquele mesmo incômodo. Parecia que era dor de barriga, mas eu ia ao banheiro normalmente. Ainda mais bebendo tanta água (uns 4-5 litros por dia). Meu intestino funcionava muito bem. Muito melhor do que o meu normal (tenho intestino preso). Será que era reação da eritromicina?

De tarde a dor começou a apertar muito. Uma dor forte na barriga toda desde abaixo do esterno até próximo do intestino. Uma dor diferente que nunca senti. Ao mesmo tempo que parecia ser dentro da barriga, era fora. Pensamos em várias hipóteses: gases? intestino preso? azia? gatorade demais? sei lá. Cheguei a tomar luftal, mas não resolvia. Tomei buscopan também, mas ajudava muiiito pouco.

A dor começou a ficar muiiiiiito forte. Muita gente achou que podia ser trabalho de parto. Eu torcia pra ser. Pelo menos assim me entregava àquela dor e pronto ia curtir minhas contrações. Mas eu não tinha contrações. Só as normais de Braxton Hicks (contrações indolores que podem começar desde a metade da gestação) que aconteciam vez ou outra. A dor era contínua.

De domingo pra segunda quase morri. Gente, vocês não tem noção. Doía demaaaaais. E olha que não sou fresca. Meu limiar de dor é muiiiito alto comparado com outras pessoas. Não tinha posição. Dor forte, contínua, sem motivo. Ninguém merece! Como eu quis que fosse TP! Pelo menos seria um motivo. Eu levantava, acocorava, ficava no chuveiro debaixo da água quente. Os movimentos pareciam me distrair da dor. No chuveiro aliviava bastante (Míriam até me emprestou a banqueta de cócoras pra eu ficar horas debaixo do chuveiro sentada). Massagens nas costas também era bom. Nas costas mesmo. Não precisava ser na lombar. Enfim, eu estava numa espécie de TP sem ter contração. Foi inexplicável.

Na bula da eritromicina tem umas reações dessas [as reações adversas mais freqüentes dos preparados de eritromicina são as gastrintestinais (por ex.: cólicas abdominais e mal-estar)], mas ninguém que eu conversei tinha visto algo tão forte. E minha dor não era só no intestino. Era na barriga toda desde logo abaixo do esterno. Acho que juntaram as duas coisas: eritromicina + vontade de sentir um TP. Tamanha era a vontade de sentir dor, que ela veio...

PS: Neste dia não tirei foto. Nem lembrei disso, tamanho era o desatino.

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domingo, 15 de novembro de 2009

A situação melhorou e piorou ao mesmo tempo - 4º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 3º dia

Rebeca veio de Divinópolis me ver. Chegou de tarde. Logo depois a Míriam. Me avaliou e tudo bem. :)


A noite fomos ao Odilon para o Dr. Sandro fazer um ultra-som. Ele foi muito gentil em me atender lá. Míriam quem pediu. Precisávamos ter uma noção de como estava o líquido. Se eu não conseguisse fazer o US hoje, pelo menos uma cardiotocografia precisaria fazer. Iríamos ao Sofia. Já tinha outro US agendado com Quésia para quarta-feira.

A situação melhorou e piorou ao mesmo tempo. Melhorou porque eu tinha mais líquido. O ILA deu 3,7. Mas piorou porque eu não tinha mais um bolsão de 2. Esses 3,7 estavam distribuídos em 2 quadrantes e cada um ficava entre 1,7 ou 1,9. Ela continuava pélvica. Os outros parâmetros normais como no US anterior. Perguntei pra ele o que ele achava, mas ele não quis dar nenhum parecer. Disse que o melhor era conversar com o Lucas.

Ele só me disse pra conversar com Kyara e perguntar a ela o que ela queria. Eu entendi que era como se ele estivesse me dizendo para não criar expectativas só minhas, porque talvez eu estivesse desejando algo que ela mesma não quisesse.

Na hora eu pensei: "Mas o que ela pode querer? Penso que o que ela deve mais gostar é estar aqui dentro" "Será que ela mesma já quer nascer?" "Será que está desconfortável pra ela aqui dentro sem líquido?" "Será que ela queria ficar aqui, mas já que a bolsa rompeu, agora ela prefere nascer?" "Escolher a via de nascimento já é demais, né? kkk"

Saímos da maternidade (Dri e eu) e encontramos com Rebeca do lado de fora. Ela tinha ficado esperando porque só deixaram entrar um acompanhante. Contei pra ela tudo que tinha acontecido. A minha sensação era de que tudo estava na mesma. Continuaríamos a mesma conduta.

Iríamos levar Rebeca na rodoviária, mas ela resolveu voltar lá pra casa. No caminho de volta, liguei pra Míriam e contei tudo também.

Antes de entrar no carro comecei a sentir uma coisa estranha no osso esterno, no peito. Era uma dor estranha ou uma azia, não sei.. uma falta de ar.. enfim uma sensação ruim, uma espécie de compressão no peito. Não sei definir muito bem. Parecia ar preso? Sei lá.

Chegamos em casa e conversamos um pouco os três. Rebeca fez umas massagens nos meus pés pressionando um ponto no dedo mindinho para Kyara virar. Sabíamos que a chance disso acontecer sem líquido é muito baixa. Tentamos assistir a um filme sobre partos que o Lucas tinha me emprestado sobre o método Lamaze, mas não conseguíamos parar de conversar e pensar nas opções do que poderia acontecer comigo.

Aos poucos a dor que eu sentia no peito começou a descer e se transformar numa espécie de dor de barriga, cólica, ou sei lá. Bem branda, sutil. Então resolvemos todos dormir.

Mayara foi dormir com minha mãe na casa dela.

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sábado, 14 de novembro de 2009

O buraco fechou ou não tem mais nada pra sair - 3º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 2º dia

Preciso contar a vocês que estou escrevendo esses posts baseados em tudo que eu tenho guardado: exames, e-mails, históricos de msn e minha própria memória. Agora a pouco lendo os emails que troquei com minhas amigas doulas numa lista bem restrita, me emocionei. Elas me perguntavam se eu estava tranquila e eu respondi:

"Tô muito!! :D Na hora que acontece, a gente fica meio sem saber, mas depois as idéias se acalmam. Cabeça tranquila pra tomar as melhores decisões. ;) Eu estou preparada pra qq coisa!! Desde o início da gestação que estou assim!! :) O que tiver ao alcance da minha vontade, será o melhor! De resto, Deus e a natureza vão tomar o melhor caminho. E estou muito otimista que esse caminho será o mais lindo! :)"

Chorando agora de novo, ao transcrever isso para cá e lembrando do rostinho da minha menina que está deitadinha ali no berço dela dormindo. Lembrando da primeira vez que a vi e lembrando como está agora. Quase um ano depois.. Que caminho lindo minha vida está seguindo!

Desde o início da gestação eu tive essa postura de calma e confiança. Fui uma grávida serena, com pensamentos bons e sonhos para o parto. Ao mesmo tempo sabia que tudo era possível de acontecer e estava em paz com isso. Nada me afligia mesmo com os inúmeros questionamentos. Muitos me avisavam pra não ir com muita sede ao pote (leia-se desejar um parto com tanta voracidade) pois eu podia me frustrar muito. Eu sempre tentava explicar que não ia me frustrar. Eu estava protagonizando minha história com muita garra de acertar. Qualquer que fosse o desfecho seria bem aceito. Pois era o desfecho que eu escrevia. O desfecho que eu precisava. O desfecho certo.

E não é que a história veio provar isso?

Bom, voltando ao dia 14 de novembro de 2008. Uma sexta-feira tranquila. Márcia veio aqui na hora do almoço trazer um abraço, um sorriso, muito otimismo e um notebook emprestado. hehe Pra maníaco-internauta aqui não sair da cama pra nada.. rsrs Tem hora que não resisto uma chegadinha ao computer.. rsrsrs

Ontem e hoje a impressão é que saiu menos líquido. Só fica a dúvida: o buraco diminuiu ou não tem mais nada pra sair!? Incrível o meu bom humor né? kkkk Não acredito que o buraco tenha diminuído, pois ele parece realmente grande, dado o fluxo intenso do primeiro dia. Acho que só parou de entornar tanto líquido por ele porque estou mais quieta.

Resultado da urocultura saiu. Não deu nada.

Míriam veio nos ver de novo. Tudo ok. Mayara já tinha chegado da escola e acompanhou toda a consulta. :)


AGORA leia o 4º dia

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Não foi ruptura alta - 2º dia

ATENÇÃO: Leia primeiro o 1º dia

Cada dia é uma vitória. Dia 13 de novembro de 2008! Completamos 32 semanas e iniciamos o segundo dia da jornada que foi a chegada da minha pequena Kyara. No post de ontem adicionei alguns detalhes do US e corrigi outros.

O post de hoje não será tão grande quanto o de ontem. Foi bem intenso, né? rsrsrs Muitas pessoas me perguntaram onde estava o resto do relato. kkkk Calma gente! Estão sentindo o que é ficar com bolsa rota? Um dia de cada vez! ;)

O primeiro desafio é completar 24h da primeira dose do corticóide, para aumentarem as chances do pulmãozinho da minha linda amadurecer mais. Oba! Primeira etapa cumprida. A segunda, completar 48h da primeira dose do corticóide, ou seja, 24h da segunda dose do corticóide. para as chances aumentarem mais ainda. Vamos lá!

Míriam veio de novo e trouxe a mesma paz e tranquilidade de sempre. Examinou tudo. Tudo bem. Administrou a segunda dose do corticóide. Ficou aqui um tempão. Antes de sair quis auscultar Kyara de novo, mas não conseguia pegar o foco de jeito nenhum. Ficou tentando um tempão e acho que começou até a ficar um pouco preocupada. Eu estava tranquila o tempo todo. Tinha certeza que era só foco difícil mesmo. rsrs Teve uma hora que ela perguntou "Ela tá mexendo, não tá!?" e eu respondi "Tá sim. Viva ela tá!! huahaua" e caímos na gargalhada. Nos descontraímos, mudei de posição e conseguimos ouvir! Tudo muito bem! hehe

Os exames de urina e sangue deram ok. (ficou faltando só urocultura que demora mais) Nenhum sinal de infecção. O motivo da ruptura da minha bolsa é desconhecido. Isso é comum. Passei o dia descansando, lendo e tomando muiiiiito líquido (3 litros é pouco. Líquido jorrando. Não foi ruptura alta. :-P) Mamãe cuidando de mim. Trazendo tudo na minha mão. Mãe é mãe!

Conversei com Kalu no msn e ela me disse "Algumas vezes as coisas não acontecem como imaginamos, mas sempre é como precisamos. Antes de vir a Terra escolhemos nossos desafios e eles servirão para exercitar nossas virtudes. Tudo está certo e sempre está" Ela já tinha me dito isso antes e acho que desde que minha bolsa rompeu, a tranquilidade que chegou foi fruto dessa pensamento. Nada é por acaso.

Expliquei pra Mayara porque não posso pegá-la no colo. Pra compensar trocamos muito carinho na hora dela dormir. Deitadas juntinhas. :)

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A história mudou de curso - 1º dia

Acordei naquela manhã de quarta-feira com muita vontade de fazer xixi. Antes de abrir os olhos me senti úmida. Pensei: "Fiz xixi na cama". Levantei correndo e fui vazando pelo caminho. "Oh céus! Perdi o controle de segurar xixi!". Sentei no vaso sanitário e saciei a vontade. Levantei e continuei sentindo um morninho descendo. "O que está havendo?". Coloquei o papel higiênico e o senti encharcar. Olhei para o vaso e vi tudo rosado. Olhei o papel e a mesma coisa. Cheirei o papel e constatei. "Tem cheiro de água sanitária! Minha bolsa rompeu! Não pode ser!" Pânico!!!

O desespero tomou conta de mim por alguns instantes. Eu queria que isso acontecesse comigo, mas não agora! "Não quero outra cesárea!" "Mas como assim! Não está na hora de cesárea e nem de nada". Imaginei como Kyara estaria dentro de mim, o que faltaria pra ela se formar. "31 semanas é muito cedo! Ela não está pronta!" Fiquei sem saída. Já imaginei ela nascendo e precisando de mil intervenções. Correndo risco de não sobreviver. "Agora acabou-se!"

Respirei fundo e lembrei da máxima. "Se mãe e bebê estão bem, nada de interromper o processo natural da gestação." Lembrei de quantas vezes eu disse que bolsa rota não é limite para nada. Que não há prazo máximo de bolsa rota. Me acalmei.

Adriano e Mayara ainda dormiam na nossa cama. Ela tinha ido pra lá no meio da noite. Nem sonhavam o drama que já tinha me acometido naquele dia 12 de novembro. (É! Está completando um ano hoje! ;) )

Antes deles saberem, preciso estar bem tranquila e segura. Mando SMS pra Rebeca, minha querida doula. (Doula devia significar cúmplice e não serva). Tive medo de acordá-la. Não aguentei esperar a resposta e liguei. Uma voz doce e tranquila de quem sabe a gravidade da situação, mas ao mesmo tempo está ali para apoiar, estar junto pro que der e vier. Chorei enquanto falava. Ela perguntou o que eu queria fazer. Eu só disse que precisava ser avaliada e ela se ofereceu para ligar para minha querida parteira Míriam (enfermeira obstétra que me assistiria no parto).

Comecei a rotina normal da manhã. Arrumar as coisas pra Mayara ir pra escola, lanchar. Minha idéia era ir trabalhar! Me senti preparada pra ficar vazando por meses! kkkk Uma tranquilidade infinita tomou conta de mim. Eu senti que o que tinha de ser seria e da melhor forma como deveria ser. Tudo na vida tem um propósito.

Rebeca me ligou de volta e disse que Míriam viria me ver em casa. Eu deveria ficar em repouso. Nesse ínterim Adriano e Mayara acordaram e começaram a rotina matinal também. Dri notou que havia algo estranho. Mas achou que era alguma doulanda minha ou da Rebeca que estava em apuros. Era uma doulanda da Rebeca: EU.

Desliguei o telefone, cheguei perto dele e disse "Não precisa se preocupar! Está tudo bem!" Ele arregalou os olhos. Abracei-o e disse que minha bolsa tinha rompido. Ele me olhou daquele jeito como sempre olha quando dou uma notícia inesperada, como que sabendo que eu já tenho uma solução. Penso em tudo! hehe "E aí?" ele perguntou preocupado e calmo ao mesmo tempo.

Eu disse que a bolsa pode ficar rota por muito tempo e que Míriam viria me avaliar. Ele resolveu que não ia trabalhar e esperaria Míriam comigo. Levou Mayara pra escola e voltou logo. Enquanto isso eu liguei para o Dr. Lucas. Ele não se tocou muito que era um rutura prematura de bolsa. Senti pelo tel que ele achou até bom (como se fosse um início dos "trabalhos" rsrs). Perguntei se tinha que tomar algum medicamento e ele disse que não. Eu disse que a Míriam viria me avaliar e combinamos de ligar de volta depois. A ligação foi muito rápida e só depois que desliguei percebi que não tinha falado nada da minha idade gestacional e por isso ele estava estranhamente
muito tranquilo. hehe

O anjo Míriam chegou! Meu coração se encheu mais ainda de paz! Ficou um tempão conosco. E foi assim por todos os dias. Agradecia a Deus por ela existir. Por eu poder ficar em casa e fazer esse monitoramento todo no meu habitat. Queria que todas as pessoas no mundo pudessem ter acesso a esse tipo de assistência à saúde domiciliar. Em todas as fases da vida. Compreendi como isso é importante!

Ela trouxe um espéculo estéril para abrir o canal vaginal e ver lá dentro se tinha algum sinal de dilatação. Não íamos fazer toque pra não correr o risco de contaminar e evoluir pra uma infecção. Ela e o Dri conseguiram ver o colo, usando uma lanterna. Não devia ter nem 1 cm de dilatação. Eu queria ter visto. Pedi pra tirar uma foto, mas com a escuridão que é lá dentro não ia funcionar. Mediu pressão, temperatura, pulso, auscultou Kyara. Consulta completa.

Ligamos pro Lucas e Míriam explicou tudo. Ele me pediu pra fazer exames de urina e sangue para rastrear infecção que costuma ser um motivo pra rutura prematura de membranas. Fazer ultra-som (US). Tomar medicamentos para retardar o início do trabalho de parto e amadurecer o pulmão do bebê. Assim estava decidida uma conduta expectante. Segurar a Ky o máximo possível. Existem muitos casos que a bolsa até fecha e a gestação continua até o fim. Eu estava confiante e surpreendentemente muito tranquila.

Tivemos que contar para a família e colegas de trabalho o que estava acontecendo para justificar nossas faltas no emprego. TODOS ficaram muito preocupados, mas dada nossa tranquilidade ficaram mais confortados. Tenho certeza que muitos pensaram que a Kyara ainda ia nascer naquele dia. No máximo em dois.

Míriam foi comprar os medicamentos e eu fui tentar marcar um US com a Dra. Quésia pelo telefone. Eu não podia fazer US com qualquer um porque sei que o terrorismo seria grande dependendo do resultado. Ela participa da lista Bem Nascer. Outro anjo que Deus mandou pra mim. Eu estava cercada de anjos: marido, doula, parteira, médico obstétra e ultrassonografista. A equipe é tudo mesmo! Não a conhecia pessoalmente e fiquei surpresa e feliz com tamanha disposição em me ajudar. Ela mesma providenciou um pedido do exame, providenciou a autorização no convênio e me encaixou na agenda dela. Quando chegamso lá estava tudo providenciado e a minha espera. Puxa! Deus é bom demais pra mim mesmo.

Míriam administrou a primeira dose de celestone (corticóide). Comecei a eritromicina. Almoçamos e saímos todos. Míriam voltaria no dia seguinte e esperaria minha ligação para contar o resultado dos exames que fossem saindo. Dri e eu fomos à clinica do Lucas buscar os pedidos de exame de sangue e urina e depois para o Hermes Pardini do Lifecenter. Lá faria o US e os exames.

Confesso que fiquei passada ao saber que o ILA (volume do líquido amniótico) estava 3,3. Chorei. Eu sempre soube que o normal é acima de 8 e que abaixo de 5 é crítico. Quésia me explicou que atualmente é considerado normal quando tem pelo menos um bolsão (em um dos quatro quadrantes) maior de 2. Eu tinha um bolsão. Ou melhor, bolsinha. rsrs Três quadrantes completamente secos e os 3,3 em apenas um quadrante. Então estava bom! :) Apresentação pélvica (bebê sentado). Peso estimado de 1850g. Perfil biofísico fetal: 8/8. Oligodrâmnio acentuado. O resto tudo bem: movimentação, bcf, placenta, cordão.

A essa altura eu já tinha tomado mais de 4 litros de água. Ia ao banheiro fazer xixi toda hora e foi bem difícil conseguir higienizar para conseguir colher a urina. Era começar a mexer que dava vontade de fazer xixi.. rsrs Mas eu consegui. Colhi o sangue e fomos pra casa. Sempre dando notícias a todos. Agora era continuar o repouso e morrer de ingerir líquido. :)

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